Como proteger a saúde financeira de sua empresa
“A contabilidade é a linguagem dos negócios.” Warren Buffett
Administrar as finanças de uma empresa requer a capacidade de antever situações que possam afetar o Caixa – o coração do empreendimento – de modo que medidas de controle sejam implementadas sempre no tempo adequado.
Para tanto, um gestor bem preparado deve dispor de um conjunto completo de informações que o auxilie no planejamento financeiro, tais como a necessidade de capital de giro, o grau de endividamento, as projeções para o exercício seguinte (budget), entre tantos outros dados indispensáveis para a tomada de decisão mais assertiva.
Como sabemos, a área de conhecimento que oferece as ferramentas para esse fim é a Ciência Contábil, responsável por gerir e administrar as contas de uma empresa.
Neste momento pode surgir uma dúvida: Como ter acesso a estas informações e manter o controle das finanças, de forma a evitar surpresas?
Primeiramente, é preciso saber a quem recorrer.
O profissional da Contabilidade é quem traduz elementos econômicos e financeiros numa linguagem própria, que dá origem ao Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados do Exercício, constituindo em uma “fotografia” da empresa, que revelará a posição dos bens, das dívidas, receitas e despesas de um determinado período. Estes relatórios são a base para calcular a maior parte dos índices econômicos, avaliar a capacidade financeira e projetar tendências.
Organização é tudo!
Os dados necessários para a elaboração da Contabilidade são extraídos a partir dos departamentos administrativos da empresa, que fornecem os extratos bancários, o relatório do fluxo de caixa, controles de estoques, as contas a pagar e a receber, entre outros documentos que devem estar organizados de modo a atender as necessidades de seus usuários, sendo a Contabilidade a usuária mais assídua.
Logo, faz parte das responsabilidades do contador orientar os departamentos sobre como devem organizar seus controles com a devida clareza, empregando as melhores práticas administrativas. Somente com a adoção dos processos nestes moldes, é possível produzir informações contábeis com qualidade. Por isso é muito importante a comunicação aberta entre as áreas.
Uma questão de urgência
Infelizmente, muitos empresários não sabem que o papel do contador é mais amplo do que apenas gerar impostos para pagamento, resultando na falta de colaboração e no envio incompleto de documentos. Mas, devido a fatores externos à relação entre contador e empresário, este cenário tende a mudar.
Embora tudo o que foi exposto até aqui demonstre a importância de se manter os registros contábeis para fins gerenciais, a conscientização para este fato se torna cada vez mais urgente, conforme explico:
Nos últimos anos o governo vem promovendo constantes investimentos em tecnologias com objetivo de ampliar o monitoramento sobre os contribuintes, impondo especialmente aos pequenos e micro empresários a necessidade de uma profunda mudança cultural em suas práticas administrativas.
Essa mudança de paradigma levará as empresas a adotarem políticas que elevem o nível de transparência de seus controles internos, que servirão como matéria prima para a elaboração da Contabilidade, sendo essa, obrigatoriamente, a principal fonte de informação a ser prestada ao fisco. No ano de 2015, por exemplo, com a instituição da Escrituração Contábil Fiscal – ECF, foram encaminhadas para a Receita Federal do Brasil mais de 1 milhão de declarações com elevado nível de detalhamento contábil, e muitas delas vinculadas a outra obrigação, a Escrituração Contábil Digital – ECD (Livro Diário em meio eletrônico). No entanto, diversos administradores sequer têm conhecimento de que isso já está ocorrendo e poderá acarretar implicações futuras, vindo a arcar, inclusive, com multas e outras penalidades.
Sem entrar no mérito da altíssima carga tributária, que precisa ser urgentemente reavaliada para tornar o Brasil mais competitivo frente ao mercado global, essas medidas terão um lado positivo no sentido de equalizar a concorrência interna, uma vez que a fiscalização mais presente, garantindo maior isonomia tributária, afastará o famigerado “jeitinho” para se pagar menos impostos e sobressair utilizando-se de tais artimanhas. Neste contexto, terá vantagem competitiva aquele que adotar as melhores práticas de gestão.
Portanto, a Contabilidade, além de ser obrigatória por lei e servir como instrumento de fiscalização tributária, deve ser aproveitada pelo empresário como uma importante ferramenta gerencial. Conte sempre com a ajuda de um contador para proteger a saúde financeira de sua empresa.